Projeto de Lei de combate ao infanticídio indíge alterado
Autora da Fonte de Pesquisa & Creditos Ana Paula
“A defesa de um ser humano conta mais,
sem dúvida, que a defesa de tradições a vitimá-lo”, afirmou editorial da
Folha de São Paulo (1) versando sobre a prática de infanticídio,
existente ainda em diversas tribos no Brasil, que é defendida por
antropólogos sob a alegação de respeitar as “tradições” indígenas.
O tema está sendo discutido na Câmara
dos Deputados desde 2007, ano em que o parlamentar Henrique Afonso (PV /
AC) apresentou um projeto legislativo, chamado de “lei Muwaji” (PLC
1.057/07), visando punir funcionários da saúde e da Funai por crime de
“omissão de socorro” diante dos homicídios de recém-nascidos —
deficientes, filhos de mães solteiras ou mesmo por serem gêmeos —
cometidos em certas aldeias da Amazônia.
O nome do projeto se refere à história
da índia Muwaji Suruwahá que fugiu de sua tribo para evitar que sua
filha, portadora de paralisia cerebral, fosse sacrificada (2). O projeto
de Henrique Afonso classificava tal “tradição” indígena do infanticídio
como “prática nociva”.
Mas o PLC 1.057, informa a Folha (3),
sofreu forte oposição do governo — através da Funai —, de antropólogos e
do CIMI, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) e vem tendo sua votação adiada há quatro anos devido à pressão.
Em julho deste ano, a deputada do PT,
Janete Pietá, alterou a versão do projeto, ou melhor, como diz a
reportagem, esvaziou-o de seu conteúdo. Se aprovada a nova versão, não
haverá mais as previstas punições aos servidores públicos. Ao invés
disso, os órgãos do governo limitar-se-ão a oferecer “oportunidades
adequadas aos povos indígenas de adquirir conhecimento sobre a sociedade
em seu conjunto”.
Para justificar as mudanças, Pietá
afirma ter se preocupado em defender a “autonomia dos povos indígenas”.
“A tradição de sacrificar crianças é mantida por poucas comunidades”,
procurou justificar a parlamentar. Ora, o fato de serem “poucas” não
tira a gravidade do infanticídio.
Para Saulo Feitosa, secretário do CIMI
(órgão da CNBB), “ninguém defende o infanticídio”, mas não se pode
aceitar “uma imagem de que todos os índios são selvagens e sacrificam
suas crianças”. Afirmação despropositada, pois é claro que ninguém
defende que “todos os índios” praticam esse crime.
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Todo ano, centenas de crianças são
enterradas vivas ou abandonadas na floresta amazônica(5). O “ritual”
seria praticado em território brasileiro por cerca de 20 etnias. E,
infelizmente, os “neo-missionários” do CIMI já não seguem as mesmas
metas benfazejas dos nossos zelosos missionários, como o Padre Manoel da
Nóbrega e o Beato José de Anchieta, que tanto fizeram para a
catequização e inserção na sociedade de nossos índios que hoje são
antepassados da grande maioria de nossa população civilizada.
HAKANI
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Referências:
Referências:
(1) Folha de São Paulo, 15/8/1011, Editorial, “Quando a cultura mata”;
(2) Folha de São Paulo, 7/8/2011, “ONG acolhe índias que fugiram para poupar crianças”;
(3) Folha de São Paulo, 7/8/2011, “Funai pressiona e Câmara esvazia projeto de combate ao infanticídio” .
(4) Ibidem
.CREDITOS E DIREITOS AUTORAIS ,FOTOS ,LINKS
http://saintgabriel-international.com/infanticidio.htm
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